Mariza Cristina Ribeiro
Há 27 anos em Biomanguinhos, a chefe do Departamento de Vacinas Virais Mariza Cristina Ribeiro participou de momentos importantes na unidade. Atuou na implantação da produção e controle de qualidade da vacina contra o sarampo, já foi eleita "Funcionária do Ano". Hoje ela coordena a obra do centro de produção de antígenos virais de Biomanguinhos, entre outras iniciativas.
Há quanto tempo está na Fiocruz?
Há 27 anos. Ingressei em Biomanguinhos em agosto de 1981.
Qual a sua formação?
Sou graduada em ciências biológicas, pós-graduada em microbiologia e em saúde do trabalhador e ecologia humana (primeiro curso ministrado na Ensp).
Quais atividades desempenha no Departamento de Vacinas Virais?
Sou responsável pelo Departamento de Vacinas Virais, hoje representado pelas vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), poliomielite e febre amarela.
Meu papel é manter a produção em atividade, utilizando as normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF); atender à demanda do Plano Nacional de Imunização, exportação da vacina de febre amarela e buscar melhorias e otimização dos processos produtivos.
Quais os desafios de se chefiar um laboratório?
O espírito de equipe, qualidade e produtividade são elementos fundamentais para o cumprimento da missão e dos objetivos de Biomanguinhos. Manter esses elementos em harmonia é o grande desafio de um gestor.
Quais experiências mais significativas na Fiocruz pode destacar?
A Fiocruz foi minha escola profissional e pessoal. Nela, aprendi a trabalhar em equipe, a superar os obstáculos e dificuldades durante as atividades de trabalho. Em 1981, fui contratada como técnica para atuar na implantação da produção e controle de qualidade da vacina contra o sarampo, que foi produzida no Brasil após transferência de tecnologia do Instituto Biken, no Japão. A convivência com os peritos japoneses, com uma cultura muito diferente da nossa e a dificuldade de comunicação foi uma experiência muito importante para meu crescimento profissional. Hoje, com mais maturidade, coordeno a obra do centro de produção de antígenos virais de Biomanguinhos e respondo pela parte técnica da transferência de tecnologia da vacina tríplice viral do laboratório GlaxoSmithKline (GSK), da Bélgica.
Como foi receber o prêmio de Funcionária do Ano?
Foi muito gratificante e uma emoção difícil de descrever nesses 27 anos de carreira na Fiocruz. Busquei me aperfeiçoar, por meio de cursos e práticas com parceiros tecnológicos, e sempre superei os desafios propostos com bastante profissionalismo.
Quais suas metas na Fundação?
Continuar aprendendo e ajudando essa instituição com minha experiência, adquirida ao longo de anos dedicados à produção e gestão.
O que representa a Fiocruz para você?
Orgulho de trabalhar em uma instituição comprometida com a saúde pública do país. Tudo que aprendi e que sou hoje como cidadã e profissional respeitada, devo à Fiocruz.
Entrevista publicada em 15.10.2008 - Foto: Arquivo de Biomanguinhos