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O papel da doula no parto humanizado foi tema do Diálogos com a Enfermagem

02.10.2019 às 09:50 - 0 Comentários

O Projeto Diálogos com a Enfermagem convidou a doula Priscila Camacho para falar sobre o papel dessa profissional no parto humanizado

Juliana Xavier

 

Você sabe o que uma doula faz? E o papel dela no parto humanizado? Com o objetivo de esclarecer essas e outras possíveis dúvidas das mamães, o Projeto Diálogos com a Enfermagem: vivenciando a maternidade no trabalho convidou a doula Priscila Camacho para falar sobre o papel dessa profissional no parto humanizado. A palavra doula vem do grego e significa “mulher que serve”, sendo hoje utilizada para referir-se à mulher sem experiência técnica na área da saúde, que orienta e assiste a nova mãe no parto e nos cuidados com bebê. Seu papel é oferecer conforto, encorajamento, tranquilidade, suporte emocional, físico e informativo durante o período de intensas transformações pelo qual a gestante está passando. A atuação da doula durante o parto é reconhecida e estimulada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estudos mostram que a presença delas ajuda a diminuir em 50% os índices de cesáreas, 25% a duração do trabalho de parto, 60% os pedidos de analgesia peridural, 30% o uso de analgesia peridural, 40% o uso de ocitocina e 40% o uso de fórceps. O apoio profissional recebido durante o trabalho de parto e pós-parto aumenta as sensações de bem-estar da mãe e ajuda no combate à depressão pós-parto.

Priscila Camacho explicou que o papel da doula é oferecer suporte emocional através da presença contínua ao lado da parturiente, fornecendo encorajamento e tranquilidade, carinho e palavras de apoio, favorecendo a manutenção de um ambiente tranquilo e acolhedor, com silêncio e privacidade. “A doula oferece medidas de conforto físico através de massagens, relaxamentos, técnicas de respiração, banhos e sugestão de posições e movimentações que auxiliem o progresso do trabalho de parto e diminuição da dor e desconforto, além de suporte informativo explicando os termos médicos e os procedimentos hospitalares. Antes do parto orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar física e emocionalmente para o grande dia. Também atua como uma ponte de comunicação entre a mulher, sua família e a equipe de atendimento, fazendo os contatos que a mamãe desejar. É importante deixar claro que a doula se faz importante até mesmo num parto cesárea, no qual continua dando apoio, conforto e ajudando a mulher a relaxar e se tranquilizar durante a cirurgia. Durante o pós-parto, auxiliamos a mãe no seu contato com o recém-nascido e com a amamentação”, esclareceu.

É importante frisar que a doula não realiza qualquer procedimento médico ou clínico como aferir pressão, toques vaginais, monitoração de batimentos cardíacos fetais ou administração de medicamentos. Não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões, além de não substituir qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. “Nós, doulas, somente substituímos o acompanhante escolhido pela parturiente se esse for o desejo dela, fora isso, orientamos o acompanhante a ter uma participação mais ativa no processo, sugerindo formas de prestar apoio e dar conforto à mulher”, explicou a doula.

Priscila enfatiza a importância de contratar uma doula assim que a gravidez é descoberta. “É possível encontrar uma doula pesquisando no site Doulas do Brasil, em listas de discussão de gestantes na internet e blogs que algumas profissionais mantêm. Ela pode ser contratada em qualquer período da gestação, mas o quanto antes melhor, pois precisa haver empatia entre ela e a gestante para que exista confiança e cumplicidade no momento do parto. Cada doula tem um jeito de trabalhar e você deve escolher a que melhor se adequa às suas necessidades”, salientou Priscila.

Priscila iniciou sua trajetória como doula em um curso formação de Doula e educadora perinatal no Coletivo Gesta em 2017. Após a conclusão participou de um workshop sobre aromaterapia em 2018 com foco nas gestantes e logo após fez o curso de Reiki nível 1 e nível 2. Para agregar um pouco mais ao seu atendimento às gestantes e puérperas, concluiu o curso profissional em amamentação e o de Educadora certificada em Sppining Babies, para casais grávidos que queiram melhor conforto durante toda a gestação, parto e pós-parto e terem mais conhecimento sobre seus corpos e todo o processo de posicionamento do bebê dentro do útero e como funciona a rotação e descida do bebê na pelve. Camacho também é uma das coordenadoras do  grupo de apoio a maternidade chamado Espaço Matre, que acontece nos 3º sábados de cada mês na escola bilíngue PPEI, também coordena o grupo de apoio Gaia que acontece uma vez por mês em cada um dos três bairros (Méier, Barra e Bangu) e atua como doula voluntária a cada 15 dias na Maternidade Herculano Pinheiro.

Além da conversa com a doula, as participantes trocaram experiências e conselhos na já tradicional roda de conversa, que terminou com um ritual emocionante de “despedida da barriga” de uma das participantes que está prestes a dar à luz. O Projeto Diálogos com a Enfermagem é coordenado pelas enfermeiras da Fiocruz Michelle Caldas e Isis Leticia Brasil e acontece toda terceira terça-feira de cada mês, às 14h, na sala de treinamento da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Cogepe).

O Projeto Diálogos com a Enfermagem: vivenciando a maternidade no trabalho faz parte do Programa Fiocruz Saudável, que tem como objetivo integrar as dimensões de saúde do trabalhador, biossegurança e gestão ambiental para desenvolver ações concretas que resultem na melhoria da qualidade de vida e de trabalho da comunidade Fiocruz. Para cumprir esses objetivos, o Programa desenvolve ações que incentivam a participação dos trabalhadores em ações e estratégias que visam a promoção da saúde do trabalhador, bem como, a diminuição de riscos à saúde e redução do impacto ambiental gerado pelas atividades da instituição.

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